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Grandes petrolíferas apostam alto nos plásticos apesar dos desafios atuais

2024-11-26
À medida que o cenário energético global evolui, as principais petrolíferas estão redobrando seus investimentos em petroquímicos, enxergando o setor como uma proteção de longo prazo contra a queda da demanda por combustíveis fósseis. Apesar da crise desafiadora para os setores de plásticos e petroquímicos, impulsionada pela fraca demanda do consumidor e pelo excesso de oferta, os investimentos continuam a fluir para esse segmento crítico.

Petroquímicos em meio à transição global

A Agência Internacional de Energia (AIE) relata que 90% do aumento da demanda por petróleo na China entre 2021 e 2024 decorre de matérias-primas químicas como GLP, etano e nafta. Notavelmente, a China expandiu rapidamente sua capacidade de etileno e propeno, ultrapassando agora as capacidades combinadas da Europa, Japão e Coreia do Sul. Esse aumento reflete uma tendência mais ampla: os produtos petroquímicos sustentam aspectos cruciais da vida moderna, desde embalagens a materiais automotivos, e até mesmo a transição para a energia verde.


Investimentos estratégicos em petroquímicos

Apesar do atual ciclo de crise, com empresas como a Covestro enfrentando quedas significativas de receita, as grandes petrolíferas estão buscando oportunidades de longo prazo em petroquímicos:

  • A ExxonMobil está construindo um complexo petroquímico na província de Guangdong, no sul da China, para produzir polímeros de desempenho para indústrias como embalagens e automotiva.
  • A Saudi Aramco investiu na Rongsheng Petrochemical da China e iniciou projetos como a fábrica petroquímica de US$ 7 bilhões de sua subsidiária, a S-Oil, na Coreia do Sul.
  • A ADNOC continua sua onda de aquisições, visando potências químicas como a alemã Covestro e a austríaca OMV.


O papel dos plásticos na transição verde

Ironicamente, os produtos petroquímicos são essenciais para a sustentabilidade. Os veículos elétricos (VEs) dependem fortemente de materiais leves, como termoplásticos e resinas PET (tereftalato de polietileno), o que permite maior eficiência energética. Especialistas estimam que três quartos das tecnologias de redução de emissões exigem produtos químicos derivados do petróleo.


O boom petroquímico da China

A China emergiu como líder global na fabricação de petroquímicos, impulsionada por refinarias privadas como a Hengli Petrochemical e a Rongsheng Petrochemical, que se especializam em produtos químicos em vez de combustíveis tradicionais. Entre 2018 e 2023, a produção de fibras sintéticas da China aumentou em 21 milhões de toneladas métricas — o suficiente para produzir 100 bilhões de camisetas anualmente. Essa expansão da capacidade, combinada com as exportações de óleo de xisto dos EUA, criou uma relação comercial "simbiótica" entre os dois países.


O caminho a seguir

Embora o setor petroquímico enfrente desafios de curto prazo, sua importância a longo prazo permanece inegável. Por meio de investimentos estratégicos e inovações em polímeros de alto desempenho e materiais sustentáveis, os líderes do setor estão se posicionando para um futuro em que os petroquímicos apoiam tanto o crescimento econômico quanto a transição verde. Os plásticos, frequentemente criticados por seu impacto ambiental, estão se mostrando essenciais para tecnologias como os veículos elétricos, destacando seu papel potencial em um futuro sustentável e impulsionado pela inovação.



Referência

1. The Guardian (20 de novembro de 2024)| Por que a promessa de Trump de "perfurar, baby, perfurar" pode não reduzir os preços do gás nos EUA

2. PREÇO DO PETRÓLEO (25 de novembro de 2024) | As grandes petrolíferas ainda apostam nos plásticos, apesar da falência do setor

3. Relatórios da AIE| O Futuro da Petroquímica

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