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Bioplásticos: abrindo caminho para uma África mais verde

2024-06-03
A África, apesar de sua riqueza em recursos naturais, enfrenta desafios significativos na pesquisa sobre biodegradação de plásticos, o que leva a uma onda crescente de poluição por microplásticos. Na Nigéria, apenas cerca de 9% dos resíduos são reciclados, sendo 12% incinerados. A maior parte dos resíduos acaba em aterros sanitários ou no meio ambiente, onde resiste à degradação e ameaça os ecossistemas. Isso destaca a necessidade urgente dos bioplásticos como uma solução viável.

A prevalência e o impacto do plástico

O plástico está presente em todas as facetas da vida cotidiana, de eletrônicos e garrafas de água a carros e brinquedos infantis. A dependência global de plásticos derivados de combustíveis fósseis criou um impacto ambiental substancial. Aterros sanitários transbordando e resíduos plásticos despejados em ambientes naturais poluíram solos e fontes de água, criando um problema que exige atenção imediata. A poluição plástica na África é particularmente grave, com resíduos plásticos espalhando-se por áreas urbanas e rurais, obstruindo os sistemas de drenagem das cidades e prejudicando a vida selvagem em todo o continente.


Por exemplo, na Praia de Diani, no Quênia, os resíduos plásticos prejudicam o turismo e a indústria pesqueira locais. No Parque Nacional Kruger, na África do Sul, animais morrem frequentemente por ingestão de plástico. A vida marinha nas Ilhas de Cabo Verde, como tartarugas e aves marinhas, frequentemente sofre ferimentos ou morre por enredamento em detritos plásticos.


Compreendendo os bioplásticos

Os bioplásticos podem ser classificados em duas categorias: de base biológica e de base fóssil, sendo os primeiros derivados de recursos renováveis ​​como cana-de-açúcar, milho, madeira ou glicerol.


Uma das principais vantagens dos bioplásticos é sua biodegradabilidade, que descreve sua capacidade de se decompor e desaparecer naturalmente ao longo do tempo. Plásticos biodegradáveis ​​de base biológica, como PLA, Bio-PET e PHA, oferecem uma alternativa sustentável aos plásticos tradicionais, reduzindo o acúmulo de resíduos não degradáveis ​​nos ambientes naturais da África.


Por exemplo, o PLA, derivado do amido de milho ou da cana-de-açúcar, não só apresenta boa biodegradabilidade como também apresenta propriedades mecânicas adequadas, tornando-o ideal para aplicações em embalagens de alimentos e utensílios de mesa descartáveis. Da mesma forma, o Bio-PET, embora parcialmente derivado de materiais de base biológica, contribui para reduzir a dependência de combustíveis fósseis, mitigando assim o impacto ambiental da produção de plástico. O PHA, produzido por fermentação microbiana, destaca-se pela biodegradabilidade e oferece potencial de aplicação diversificado, apoiando ainda mais as práticas sustentáveis ​​no setor manufatureiro da África.


Potencial de mercado e crescimento dos bioplásticos

Atualmente, a capacidade de produção de bioplástico é amplamente ofuscada pelos plásticos de origem fóssil, detendo apenas 1,05% de participação de mercado em 2024. Globalmente, mais de quatro milhões de toneladas de plástico são produzidas anualmente, com expectativa de aumento para quase cinco milhões de toneladas até 2028. As quatro mil toneladas de bioplástico podem parecer insignificantes nessa escala, mas estão crescendo a uma taxa anual de quase 18%, indo na direção certa.


Benefícios da transição para bioplásticos

Os benefícios da transição para bioplásticos na África são multifacetados. A escolha de plásticos biodegradáveis ​​significa que, caso os sistemas de gestão de resíduos não consigam coletar esses materiais, os produtos se degradarão com o tempo, em vez de continuar poluindo a Terra. Isso pode impactar positivamente a paisagem natural da África, reduzindo o lixo plástico nas praias e nas cidades. Além disso, a demanda global por bioplástico está crescendo rapidamente, criando oportunidades de fabricação que a África poderia preencher. Isso poderia criar empregos, melhorar o cenário socioeconômico e posicionar a África na vanguarda do desenvolvimento sustentável da manufatura.


Desafios enfrentados pelos bioplásticos

No entanto, as desvantagens dos bioplásticos destacam alguns desafios. O bioplástico é significativamente mais caro do que o plástico de origem fóssil, custando entre 3 e 5 vezes mais. Isso dificulta a implementação dos bioplásticos devido à sensibilidade ao preço na África, o que significa que apenas aplicações de nicho ou produtos de alta qualidade podem utilizar o bioplástico com sucesso. Além disso, o conhecimento técnico e os equipamentos necessários para a fabricação de bioplásticos são difíceis de obter e caros, complicando o início dos processos de produção na África.


Vantagens e oportunidades de África

Apesar desses desafios, a África está bem posicionada em termos de disponibilidade de matéria-prima e proximidade com os principais mercados de demanda europeus. O estabelecimento de novas indústrias na África pode transformar os meios de subsistência e desempenhar um papel crucial no impulso global em direção ao desenvolvimento sustentável.

 

O investimento da Wankai New Material Co., Ltd. na Nigéria utiliza totalmente o potencial da região africana, alavancando pesquisa e desenvolvimento (P&D) para impulsionar a produção verde, com a expectativa de contribuir para o ambiente frágil, porém belo, do continente e promover o desenvolvimento sustentável em toda a África.


Fonte de O Zimbábue Independente

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